quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Tempo

Por Avareza

Já pensei em tantas formas de falar sobre você de um jeito que não soe muito direto ou indiscreto - só pra ficar mais parecido com seu jeito - que acabei percebendo que perdi tempo demais deixando escapar minhas melhores palavras.
Eu sou uma pessoa simples e teria que conhecer palavras complicadas demais pra deixar essa carta um pouco mais parecida com o que sinto por você. Antes de mais nada tenho que te contar que essa carta talvez nunca chegue até você. Teria que se passar muito tempo até eu ter coragem de fazê-lo.
Tempo... Esse que vem sendo meu inimigo constante em tantos aspectos, e que me salva em tantos outros. Já parou pra pensar no quão flexível ele pode ser? É uma angústia sem fim pras crianças que esperam o dia todo pra abrir os presentes só à meia noite na véspera do Natal, mas totalmente insuficiente pro casal apaixonado que mora longe e só tem um mês de férias pra ficarem juntos. Há quanto tempo eu te conheço? Eu nem sei... mas pretendo te conhecer pra sempre, e saber que a possibilidade desse tempo se dissolver por você saber que mudou algo entre a gente, me faz preferir prolongar o tempo que temos juntos, ainda não sendo da forma como eu preferiria.
E foi pra ganhar tempo que beijei nosso amigo aquele dia, na balada. Eu não estava realmente ciente de que estava rolando algo entre vocês dois, mas, apesar de ter dito o contrário, não sei se realmente não o teria feito se soubesse. No fundo, acho que foi até uma reação do meu subconsciente tentando, de um modo não exatamente muito certo, afastar você da minha possível concorrência. Ele não ia ser bom pra você de qualquer forma. Ia te fazer sofrer quando fosse embora, e você merece ser feliz pra sempre.
Mas beijando-o eu te fiz triste e foi horrível te ver daquele jeito, embora eu confesse que não sei se preferiria te ver feliz por ter ficado com ele. Desculpe meu egoísmo, ou crueldade, chame como quiser, você já sabe que eu não sou perfeito e eu não tenho nenhuma pretensão de sê-lo.
Só queria que soubesse que eu adoraria poder ser pra você a pessoa que você me confidencia acreditar não mais existir. Mas a possibilidade de perder tudo que temos por conta de um amor não correspondido por você me mataria por dentro. Eu sei que é estranho pensar que eu, seu amigo, sou apaixonado por você, portanto, quando o tempo decidir que você deve ler essa carta, você vai saber que eu optei por deixá-lo ser feliz, ainda ao meu lado... mas com outra pessoa.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Maldita granola

Por Ira

Daí que eu fiquei revoltado com o preço da granola. R$20,00!! Só vi que tinha pagado isso quando cheguei em casa e fui verificar o que tinha sido tão caro pra minhas compras terem custado tanto. Era a maldita granola. Quer dizer que o McDonald's custa 6 reais e a granola 20? Depois não reclama que o mundo ta ficando obeso... Fui abrir o tal pacote tão indignado que derrubei tudo no chão. Caralho!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Nós aceitamos o amor que acreditamos merecer

Por Marlon Vila Nova

"- Porque as pessoas legais escolhem as pessoas erradas pra namorar?
 - Nós aceitamos o amor que acreditamos merecer.
 - E podemos mostrar quem merece mais?
 - Podemos tentar."

*Diálogo extraído do filme As vantagens de ser invisível (The Perks of being a wallflower)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Rapidinha

Por Vaidade

_ Que é isso?
_ Chama cerveja. É de beber.
_ Pra mim?
_ Uhum!
_ Eu não bebo, obrigado!
_ Ah, para vai. Comprei essas duas e não vou conseguir beber tudo antes de esquentar. Me acompanha aí.
_ Ta bom, obrigado!
_ Matheus.
_ Ãhn!?
_ Meu nome... Matheus.
_ Ah... Prazer! Eu me chamo Daniel.
_ Chiclete?
_ Não, obrigado!
_ Bebe aí cara, sua cerveja vai esfriar. Vai, brinda comigo... à essa droga de festa.
_ Porque você me pagou essa cerveja?
_ Pra você parar de parecer que ta curtindo essa festa menos que eu. Com quem você veio?
_ Com uns amigos... eles estão por aí, eu me perdi deles... acho que eles se deram bem, sabe? Eu...
_ Você fuma?
_ Ãhn? Ah!... não.
_ Hum... você nunca tinha vindo aqui antes, né?
_ Não.
_ Vem, vamos dançar.
_ Ah, não, obrigado. Eu não sei dançar. Pode ir, eu vou ficar aqui mesmo, com essa cerveja.
_ Aham! Vem logo.
_ Não, não... mesmo. Eu prefiro ficar aqui e... o que você está fazendo?
_ Dançando, ué.
_ As pessoas estão olhando pra cá.
_ Se você for dançar comigo na pista ninguém vai reparar. E eu posso até parar de dançar assim e dançar direito.
_ Ta bom, ta bom, eu vou.
_ Você dança bem.
_ Você que já deve estar bêbado demais.
_ O que você faz?
_ Sou Web Designer.
_ Web Design?
_ ...ner!
_ Ãhn!? 
_ É Web DesigNER.
_ Ah!... cara, vou ao banheiro, já volto, beleza?
_ Tudo bem.
_ (Cara chato, meu!)
_ (Gostei dele!)

sábado, 27 de outubro de 2012

Eu quero

Por Luxúria

Não sei se vou ficar com você pra sempre e nem se vai ser melhor que antes, mas não aguento mais não saber se é você ou não. Me joga de novo na parede, você sabe que, no fundo, eu gosto. Não precisa perguntar, não precisa me ouvir, só me faz sentir de novo o que eu sentia com você.
Me toma pra você de novo, mesmo que eu não queira... Eu quero.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Minha culpa

Por Avareza


O que eu posso fazer se até o presente momento você é o homem da minha vida, mas eu morro de medo de não conseguir te amar assim pra sempre?

sábado, 20 de outubro de 2012

Minha rainha

Por Marlon Vila Nova

"Pode dormir que eu vou ficar aqui do seu lado a noite inteira",
"Eu queria poder ficar doente no seu lugar",
"Não se usa mim antes de verbo, meu filho",
"Quer aprender a fazer bolo?"
"Vamos acordando porque o dia está lindo lá fora e até passarinho que não deve nada pra ninguém já está acordado a muito tempo",
"Sua pipoca é a mais gostosa do mundo",
"'Dó' é substantivo masculino, meu amor. Diga 'pena', se quiser usar no feminino",
"Faça o que você quiser que eu te apoiarei",
"Eu continuo te amando do mesmo jeito",
"Tenho muito orgulho de você",
"Eu te amo ainda mais agora, se isso for possível",
"Você é o meu melhor amigo",
"Pode correr atrás dos seus sonhos, eu estou aqui do seu lado pra te ajudar sempre",
"Eu te amo",
"Eu só quero que você seja feliz",
"Você me faz tanta falta",
"Adoro conversar com você",
...

E assim ela foi construindo o maior e mais bonito amor do mundo. O meu, por ela.
Espero que você seja para sempre tão feliz quanto eu sou por ser seu filho.
EU TE AMO!!!!

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Pipoca

Por Marlon Vila Nova

Uma das minhas memórias preferidas da infância era estourar pipoca. Lembro que, independente do que eu tinha pra fazer durante a tarde, por volta das 17h eu corria pra cozinha e ia estourar pipoca. Minha mãe tinha me ensinado a fazê-lo e dizia que gostava mais da minha pipoca do que da dela. Embora eu desconfie hoje que isso era tática para que eu o fizesse ao invés dela, era meu passatempo favorito.
Eu a esperava chegar do trabalho todos os dias com a pipoca pronta, aí sentávamos no sofá e assistíamos "Malhação" (na época que ainda era boa) juntos, comendo. Enquanto meus irmãos eram liberados pra brincar na rua até escurecer, eu ficava ali, sozinho com ela e a pipoca. É até hoje uma das minhas comidas prediletas... e uma das melhores lembranças também.

... feliz

Por Orgulho

Texto de hoje está aqui.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Coração estagiário

Por Vaidade

Passei tanto tempo desejando um amor tão divinamente encantado, que acabo rejeitando todos os amores possíveis que me aparecem. Não me satisfaço mais com o que é real, por ter acreditado demais no ideal. E se o encantado não existir? Por quanto tempo eu vou ter que esperar pra finalmente ter certeza? O que será que eu vou sentir quando eu finalmente sentir?
A verdade é que eu sou um profundo descritor de sentimentos que nunca dominei de fato. Sei minuciosamente como deveria ser cada gesto que eu nunca fiz. Espero ansiosamente por cada ação que não sei se é possível. Passei a minha vida toda investindo tanto na busca do ideal que perdi completamente o foco no que é real.
Reconheço, espero que não tarde demais, que desperdicei príncipes só por não serem encantados. Almejei tanto conhecê-los que me esqueci de aprender o que fazer com eles. Culpa dos contos de fada que só nos ensinam até o "felizes para sempre". Quanto dura o para sempre? Nunca tinha pensado no que vinha depois e em como proceder. Hoje assumo que não sei. Não tenho a menor ideia de como agir. Já me disseram que ajo como criança, usando de malcriações pra demonstrar que amo. Já me acusaram de indiferença, comodismo e até frieza. Ninguém sabe que é só falta de experiência. E quem me ensina isso? Será que ainda existe alguém disposto a tentar?

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Antes tarde do que nunca

Por Vaidade

Ele era o sonho de consumo de qualquer pessoa racionalmente razoável. Era lindo. Não o mais lindo do mundo, ele não tinha aquela beleza dolorosamente chocante que enjoa qualquer pessoa depois de duas semanas de convívio. Não... ele era lindo no ponto certo. Quase não o via conversando com ninguém, estava sempre com uma expressão meio séria que o conduzia a um patamar de charme que ronda qualquer pessoa misteriosa. Não possuía de forma alguma aquele ar de quem sabe que chama atenção e acaba transparecendo uma certa arrogância desnecessária. Quando sorria, abria em seu rosto um espaço enorme e simétrico que exibia dentes perfeitos e incrivelmente brancos. Era um pouco mais alto que a maioria, o que o tornava um pouco mais charmoso. Seu corpo parecia se recusar a abrigar qualquer quantidade de gordura, todo preenchido por músculos esculpidos até o tamanho ideal. Costas largas, braços fortes, peitoral definido sempre marcando as camisetas que jamais tocavam qualquer parte de sua barriga. Nunca usava regatas ou tirava a camiseta, mas era completamente possível saber que nenhum defeito habitava toda sua perfeita extensão corporal.
Chamava Maurício, nome de homem naturalmente bonito. Sempre se achou um homem atraente, mas nunca conseguiu entender porque não fazia tanto sucesso quanto deveria. Não era bem resolvido com sua autoestima. Vivia uma luta interna sem nenhum fundamento, segundo ele mesmo. Se achava bonito, mas nunca recebia cantadas, olhadas, investidas. E era tímido.
Onde ele ia, sempre atraia muita atenção. Maurício era o tipo de homem tão bonito, que intimidava as pessoas. Ninguém se achava "boa demais" pra ele. Todo aquele conjunto de qualidades acabava afastando as mulheres, que não se sentiam boas o bastante pra ter um homem daquele.
Um dia, ao sair de um restaurante, ao caminhar em direção a porta, ele parou ao lado de uma mesa, disse "você é linda!", entregou um bilhete à moça e saiu disparado em direção à rua, quase correndo, sem olhar pra trás, sentindo que todo o seu sangue preenchia agora os músculos do seu rosto fazendo com que, com certeza, ele ficasse mais vermelho do que nunca antes na vida. Quando Ivana abriu o bilhete, viu o nome dele, o telefone e a mensagem: "Você parece ser uma mulher incrivelmente interessante. Me ligue, se quiser sair algum dia."
Ivana, que lembrou imediatamente de Maurício, pois haviam estudado juntos na pré escola e sempre foi interessada nele desde então, levantou-se e saiu correndo atrás dele. Quando chegou à porta, viu o corpo de Maurício no asfalto, atropelado segundos antes por um caminhão que passava e não conseguiu frear a tempo de atingir o homem que atravessou a rua correndo, completamente feliz e desesperado.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Nosso curta-metragem

Por Orgulho

Já tentei tanto escrever sobre você e nunca consigo sair da primeira linha. Acho que minha inspiração, nesse caso, é meio parecida com nossa relação. Você nunca sabe o que quer de mim, e eu nunca chego na segunda linha.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Free (?)

Por Ira

Na última quinta feira, quando sai do metrô em direção à escola que eu leciono, me ofereceram na porta da estação, uma revista que eu desconhecia. A revista se chama Free São Paulo, e eu confesso que peguei só por educação, já que o mocinho que a entregava se mostrou muito simpático.
Enquanto caminhava para a escola, folheei a revista e me simpatizei de cara. Gostei das manchetes, dos assuntos abordados e da forma como era escrita. Hoje, quando saí novamente da mesma estação, fiz questão de pegar o exemplar dessa semana. Na capa, a manchete gritava "10 motivos para não votar neles", e a reportagem dava 10 motivos para não se votar em cada candidato à prefeitura de São Paulo, sob o pretexto de que qualidades já estão excessivamente sendo mostradas em seus devidos programas eleitorais na mídia. Quando cheguei na candidata Soninha Francine, o sétimo motivo pelo qual não devemos votar nela me chocou um pouco: "Sempre se mostrou defensora dos direitos homossexuais."
Ora, mas desde quando esse é um motivo para não votarmos em alguém? Quer dizer que alguém que é a favor dos homossexuais não é digno de nossa confiança? Obviamente eu corri pra olhar o nome do autor da matéria, e, segundo Gil Campos (gil.campos@freesaopaulo.com.br), os motivos são citados "mesmo não representando a opinião desta Revista".
Bem, senhor Gil Campos, aí fica realmente muito fácil escrever uma matéria de tamanha importância. Se é para colocar o que simplesmente incomoda algumas pessoas, podemos citar qualquer absurdo, já que unanimidade é algo praticamente impossível. Também foi dito que não devemos votar em Gabriel Chalita, já que o mesmo "é ligado a uma ala carismática da Igreja Católica".
Eu poderia ficar horas citando motivos pelo qual considerei essa reportagem - que poderia ter sido incrível - um absurdo, mas acredito sinceramente que seja desnecessário. Uma revista que publica algo desse tipo como forma de conselho, assumindo ou não a responsabilidade pelas palavras nela contida, se chamar Free é, no mínimo, um paradoxo. Fica como lição que é melhor evitar o mocinho que distribui a revista a partir da semana que vem.

sábado, 25 de agosto de 2012

Entre flores e chocolates

Por Avareza

_ FAZ UMA LOUCURA POR MIM?
E eu te enviei chocolates. Não tinha tempo de pensar em nada original... fiquei entre os chocolates e as flores. Dizem que chocolates, além de gostosos, liberam uma substância responsável pelo prazer no corpo. As flores eram bonitas e enfeitam... mas só. E, como beleza o seu apartamento já tem quando você está nele, preferi te enviar um pouco de prazer. Ainda que em cubos.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Dia do solteiro

Por Inveja

Não venham me desejar felicidades por ser solteiro. Isso não é motivo comemorável. O dia de hoje deveria ser tido como um dia de luto em respeito a algum amor que está triste em algum lugar por ainda não ter sido encontrado.

sábado, 11 de agosto de 2012

Contemporaneidades

Por Preguiça

- Você não presta!
- Presto sim. Presto tanto que estou sozinho. Ninguém mais se interessa pelo que presta hoje em dia.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

A visita

O post de hoje está aqui.

P.S.: Esse Mês os 30 integrantes do blog resolveram criar uma história a 30 mãos. Cada dia um dos blogueiros continua a história que foi iniciada no dia 1º. A minha parte consta no blog.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Assim... do nada

Por Marlon Vila Nova

Seu scarpim colorido continua guardado atrás da porta. Eu o guardei la de novo depois que você se foi de manhã. Você nunca o leva com você, e eu adoro que ele fique. É como se você me dissesse que vai voltar. É o seu pedaço que fica sempre, já que seu coração insiste em estar sempre indo.
Hoje comprei torta congelada pro jantar. Não me deu ânimo de cozinhar sabendo que você não estaria aqui pra me elogiar depois.
Volta logo, vai. Assim... do nada.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Mata-me de amores

Por Avareza

Sorria! Quando você sorri eu sorrio também. E eu sorrio porque sei que logo depois do seu sorriso você vai reconhecer a expressão de contemplação no meu rosto. E ai você vai ficar tímido e me abraçar se encaixando perfeitamente em mim, escondendo seu rosto no meu peito, como uma criança que acha que escondendo o rosto ninguém mais vai notar que ela está presente.
Quando você sorri significa que você já me contou a parte ruim do seu dia, e seu sorriso me mostra que a partir dele você está pronto viver a parte boa. E aí você se aproxima, me abraça pela cintura, fica na ponta do pé e tenta alcançar minha boca com os lábios mais macios que os meus já conheceram.
Quando você ri de algo que eu falo, é como se toda a insegurança que já tive de você não ficar pra sempre comigo fosse embora. Nada consegue passar pela minha cabeça no momento hipnotizante em que estou me apaixonando por você.
Mas aí você vai embora. E apesar de nos falarmos sempre, eu sinto como se você não fosse ficar por muito mais tempo. Mas dessa vez não me incomodo. Você me fez perder o medo de de perder. É como se eu já soubesse que você se vai em breve, então aproveito você o máximo possível até o dia em que você dirá que se vai de vez. E eu já não sofro mais por isso. Quando tento achar um motivo justificável, eu penso que talvez não estou apaixonado por você. E aí você chega de novo. E me mata de amores.
Faça eu me apaixonar por você. Sorria! Tira de mim a expectativa do não.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Quando você sorri

Por Inveja

Sentir raiva de você sem ter que encarar seu sorriso e seus olhos de entusiasmo é até fácil. Mas não se amolecer depois de ouvir sua voz mimada e ver como seu sorriso desenha sutilmente o conceito de beleza no seu rosto é, no mínimo, insensibilidade.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Facinho, facinho...


Por Marlon Vila Nova

Se descobriu apaixonado pelas diferenças, pelas individualidades. Se fascinava com culturas diversas, outras línguas e cores de pele.
_ "Meu, tipo..." e ele já tinha se apaixonado. Não podia com sotaque.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Meu inverno sem você

Por Marlon Vila Nova

Como se minhas mãos tivessem aprendido que precisam se virar sozinhas, elas se mantêm automaticamente quentes durante todo o dia, independentemente do frio que estiver fazendo, independente de ter você as aquecendo.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Narciso

Por Vaidade

_ E ele acha feio tudo que não é espelho?!
_ Como se não existisse outro tipo de beleza.
_ Pra mim, o que tem no espelho dele nem é tão bonito assim.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Eu que falei 'nem pensar'


Por Orgulho

Eu que falei 'nem pensar', não me arrependo por saber que fiz a coisa certa. A 'coisa certa' era ser sincero e, apesar de estar satisfeito com a situação, sacrificar meu conforto pra evitar que você sofresse... não era? Eu e minha mania de querer ser sempre tão sincero, acabei sendo sincero como não se deve ser. Talvez se eu tivesse mentido um pouco...
Agora eu fico aqui, sem saber se devo me humilhar pra você por não ter certeza do que eu quero. Eu sei que quero, mas não sei se quero do jeito que você quer. E você tem essa mania chata de achar que tudo tem que ser do jeito que você quer.
Eu vou ficando por aqui achando que isso tudo é carência e esperando esquecer do jeito que eu já deveria ter esquecido. Se eu vou acabar perdendo a oportunidade da minha vida por pura bobeira, como eu vou saber?
Cansei de fingir que está tudo bem e que eu detenho o poder de todas as rédeas. Mas como eu vou te abordar e dizer o que eu realmente quero se eu nem sei o que eu realmente quero?
E também você já parece estar bem e nem deve mais se lembrar de mim. Eu é que sou assim, remoedor de velhos sentimentos inacabados. Detesto sentimentos inacabados. E aí piora tudo. Se não tivesse sido assim, como seria? Nós acabaríamos finalmente finalizando o sentimento e eu não estaria assim, em dúvida? Ou estaríamos finalmente bem por já ter passado o tempo em que eu precisava pra me adaptar a isso que eu julguei estar preparado a vida inteira?
E quando eu lembro a maneira como seus lábios atraíam meus intintos mais sacanas por entre esse labirinto em que me perdi é que eu penso que foi um erro... assim... tão vulgar.

Texto livremente inspirado na música Refrão de um bolero - Engenheiros do Hawai

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Cupido

Por inveja

Existe uma grande chance de você ficar com alguém que eu achei interessante, se eu te achei interessante.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Desabafo de um artista doente

Por Marlon Vila Nova

"Toma cuidado com as pessoas daqui. Elas
são muito falsas." - me disse
a RH da empresa no meu primeiro
dia de trabalho em São Paulo.
"Você não precisa ser tão educado e simpático
com as pessoas daqui como você é
normalmente. Ninguém aqui da muita
importância pra isso não." - aconselhou
meu primo logo que me mudei pra cá,
antes de ir pro meu primeiro dia de trabalho.

Quando quis sair de Goiânia, vim embora porque decidi que não havia mais nada o que fazer lá. A cidade já tinha "ficado pequena demais pra mim", como eu dizia. E cheguei em São Paulo com aquela sede de quem chega querendo explorar e conquistar tudo. Fiz amigos muito rápido e na mesma velocidade fui conquistando meu espaço. Ou será que não?
Nunca pensei que a vida de artista fosse fácil. E eu nunca tive medo de enfrentar as dificuldades que ela me proporcionaria. Eu vivo sem problemas com minhas dificuldades financeiras, correndo feito um louco pra ganhar uma miséria e pagar só a metade do que eu devo. Mas quando eu fico doente como agora e não tenho dinheiro pra comprar nem o remédio que eu queria, da uma revolta, sabe? E eu penso: E se eu ficar doente de verdade um dia ou algo sério me acontecer? Com que forças financeiras eu vou enfrentar isso? Da um medo...
Quando foi que o mundo todo resolveu que giraria apenas em torno do dinheiro? E quem foi que permitiu isso? Uma amiga me disse hoje que vai prestar residência de novo pra mesma coisa porque eles estão pagando o dobro agora. Quer dizer, ela não precisa, já sabe tudo daquilo porque já estudou uma vez, mas vai passar por tudo de novo, só porque "estão pagando mais". Um monte de outros amigos estão se matando a anos pra prestar concurso porque "o salário é bom". Eu tenho pavor de concurso. Nunca quis prestar. Concurso pra mim significa ficar preso pro resto da vida na mesma função por conta do salário. Imagina você acordar pro resto da sua vida sabendo exatamente o que você vai fazer e repetindo diariamente a mesma coisa. Em contra partida eles terão o que eu, pelo visto, nunca vou ter. Estabilidade, segurança... Eles não vão ter medo. E vão ter plano de saúde e todos esses direitos que as pessoas que vivem em função do dinheiro têm.
O que mais me dói mesmo, é quando eu fico assim doente - e naturalmente mais frágil e carente - e que não tenho minha mãe pra vir me dar um abraço, me fazer bolo e levar com leite na cama. Meus amigos de Goiânia faziam isso pra mim quando não tinha minha mãe por perto. Mas aqui em São Paulo... bem, as pessoas estão ocupadas demais ganhando dinheiro da forma delas. Eu fiz meu próprio bolo hoje, pra sentir como se estivesse mais perto dela, minha mãe. Mas fiz uma receita bem simples e não ficou tão gostoso. Porque aqui em casa não tinha ovo.
Eu confesso que penso em desistir de tudo e virar mais um entregue às convencionalidades do mundo. E eu sinto como se tivesse traindo minha missão aqui quando penso nisso. Se eu ao menos tivesse nascido sem talento e essa minha vontade fosse um capricho meu. Mas não é o caso. Eu sei que sou bom. Eu nunca ouvi alguém dizer o contrário. Quando me imagino vivendo sem fazer o que eu gosto, me imagino triste, vivendo por viver... me vejo com depressão até morrer, assim, sem ter vivido de fato.
Eu não devia estar tão perdido assim na minha idade. Mas o que fazer quando não depende só de mim? Quando as oportunidades não são mais dadas a todos que têm talento e o modo como elas chegam é em, grande maioria, de forma corruptiva?
Eu não vou desistir ainda de lutar. É que hoje eu estou mais sensível. E também acho que não precisava publicar nada disso. As pessoas não devem divulgar suas fraquezas, não é o que dizem? Mas eu tenho o direito a um desabafo. E eu vou usufruir dele. Pelo menos enquanto eu puder me expressar de graça.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Daqui de cima tudo é lindo!

Por Avareza

O dia está um bonito estranho. O Sol continua a brilhar, mas uma chuva estranhamente forte começou a cair mesmo assim. Uns pingos grossos, pesados... chuva bem forte, que atrapalha a vida de quem estava andando desavisado lá embaixo, no mundo.
Eu, que só olho de longe o que consigo enxergar pela janela fechada onde a chuva insiste em tentar entrar, admiro a beleza disso tudo ignorando o caos que se forma la embaixo.
Eu mereço apreciar somente a beleza disso - penso eu -, afinal, quantas vezes eu já não estive lá embaixo. Por baixo.

quinta-feira, 8 de março de 2012

O pior e o... pior de mim

Por Ira

_ O que houve?
_ Eu me irritei.
_ De novo? O que foi dessa vez?
_ O mesmo de sempre. Exatamente igual. Absolutamente nenhuma desculpa diferente ou respeito à minha inteligência. O óbvio anda me irritando.
_ Era óbvio que um dia você ia se irritar.
_ Eu sabia que ia ser assim, até pedi pra parar. Disse que não queria mais conversar hoje. Mas ele insistiu. Era óbvio o discurso, era óbvio eu me irritar, era óbvio que eu devia tê-lo deixado falando sozinho. Como eu me deixei, de novo, abalar?
_ Tudo tem limite, sua paciência também... Vamos morar logo juntos, nós dois?
_ Você também não me aguentaria. Eu estou virando uma pessoa pior, eu acho.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Home sweet home

Por Preguiça

Ele que sempre sentiu medo de tudo de ruim que o mundo poderia lhe fazer, de repente percebeu que tanto medo acabara por lhe dar tanta força que, hoje em dia, não existia nada que lhe assustasse mais (exceto os extras terrestres, que ainda o deixavam meio aflito).
Nunca quis morar sozinho. Meio deprimido que sempre fora, achava a solidão algo muito triste. E por nunca ficar sozinho acabou nunca sabendo ao certo quem era ele. Havia se tornado um especialista nos outros. Não havia quem não o procurasse para conselhos. Ele conhecia todo mundo melhor que a ele mesmo. E conhecia alguns melhor que os próprios alguns.
Depois de tantos anos dividindo apartamentos com amigos pelo medo de sentir a tristeza que viria com a ausência de ouvidos em casa quando chegasse do trabalho, sentiu uma súbita vontade de morar só.
E quando ficou feliz pelo sinal de maturidade por finalmente sentir vontade de ter seu próprio espaço, o alertaram para o fato de que, na verdade, ele já vivia só há muito tempo, apenas dividia um espaço físico. E percebeu que dividir um espaço nem sempre quer dizer que se tem companhia.
E desde então tem se perguntado quão bom ou ruim pode ser isso.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A mesma novela

Por Ira

Vamo combiná uma coisa aqui, ô cara aí de cima. Já que o senhor insiste em se basear nos roteiros repetitivos do Manoel Carlos pra escrever minha vida amorosa, que tal me dar outro personagem pra brincar enquanto o último capítulo não chega? Esse negócio de ser sempre a Helena é legal pela parte batalhadora e de personalidade forte, mas a parte de só se fuder nos assuntos do coração é dose, viu? Pensa aí e me fala.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Do luxo ao lixo

Por Vaidade

"Olha, vocês mulheres vivem reclamando que os homens estão todos virando gays. Me desculpe, meu amor, mas no meu tempo mulher não era esse bicho selvagem que as de hoje viraram não."
Depois de ouvir essa frase, dita aos berros por um gay à uma amiga na porta de uma balada, comecei a prestar atenção no comportamento das nossas atuais damas. No dia em que ouvi a frase em questão, estava na porta de uma balada onde trabalho como Host esporadicamente. Somente nesse dia consegui perder minha paciência e pedir auxílio da segurança três vezes. Todas as vezes por conta de desordem causada por grupos formados exclusivamente por elas, as mulheres. Um deles, que tinha várias garrafas de bebida nas mãos das integrantes, quebrava as garrafas no chão cada vez que conseguiam esvaziar todo o conteúdo alcoólico de dentro. Depois de cada uma ter caído no chão, revelando tudo o que eu não gostaria de ter visto contido embaixo dos vestidos que usavam, resolveram finalmente entrar na festa, aos tropeços. Dentro da festa, mais tarde, elas eram maioria na fila da enfermaria, aos cantos vomitando, ou sendo carregadas pelas amigas incapazes de se sustentarem sozinhas em cima dos pés descalços, que há muito já se livraram dos saltos que os acomodavam no início. No final da noite vi um dos seguranças comentar com o outro que "hoje em dia, as mulheres estão piores que os homens".
No último final de semana, parei com uns amigos pra comprarmos cervejas em um bar do baixo Augusta (Parte da rua Augusta que liga a Avenida Paulista ao Centro da cidade, considerado pelo Jornal da Globo como "centro nervoso da boemia de São Paulo) quando ouvimos, do lado de fora do bar, um arroto tão alto e nojento como nunca ouvi sequer meu irmão soltar. Obviamente me assustei e olhei pra fora tentando atingir com olhar de repreensão o autor da deselegância. Foi quando ouvi o dono do bar dizer: "Que porca!". "Porcaaaa! Isso foi produzido por uma mulher??!" - perguntei. Foi quando ele me disse: "Sim! As mulheres, hoje em dia, estão bem piores que os homens."
Eu sinceramente só consigo sentir vergonha. Não por estar vendo as mulheres de repente começarem a se comportar como homens, mas por estar vendo as mulheres de repente começarem a se comportar como nem mesmo os homens deveriam. Eu, que sempre fui um apreciador das qualidades femininas, fico tão decepcionado como uma criança quando descobre que o Papai Noel não existe. Pra mim mulher nunca foi pior que homem. Pelo contrário. Pra mim as mulheres sempre foram mais inteligentes por conseguirem fazer tudo que um homem faz, com graça e elegância.
Pra mim as mulheres sempre foram... não são mais.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

E se você não aparece?

Por Vaidade
Detesto não viver nenhum tipo de relacionamento amoroso. Não sei porque diabos não me acostumo com essa ideia, já que essa ausência da "pessoa ideal" me acompanha a tanto tempo. O fato é que meu blog, atualmente, com toda sua ausência da minha presença, é um reflexo da falta de adrenalina no meu coração.
Não é que eu não saiba escrever sobre outras coisas, sobre o que anda acontecendo no mundo, sobre fofocas. Eu sei. É que essas coisas não me motivam muito a arquivá-las. Não suporto essa obsessão por amor e pelo que ele representa. E ao mesmo tempo é o único combustível que me move.
Se minha inspiração não aparece, tudo bem... continuo escrevendo sobre minhas idealizações. Mas se você não aparece... tudo que eu escrevi foi pra quê?
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