sexta-feira, 23 de abril de 2010

Que seja eterno, se possível

Por Preguiça

Quem disse que o amor nunca morre pode estar até correto; realmente ainda não passei por nenhum exemplo contestável. Mas posso garantir que o que o precede anda falecendo bastante. Talvez por isso não tenhamos ouvido falar tanto de amor ultimamente.
Há um mês atrás recebi a notícia de que uma pessoa com a qual havia tido uma espécie de 'relacionamento não vingado' havia falecido. Fiquei triste, apesar de não termos mais contato. Hoje, um mês depois, recebo uma notícia igual, só que com outra pessoa (obviamente), que também cheguei a ter o mesmo tipo de relação. Também não tínhamos mais contato, mas a notícia me abalou. Nunca fui de ter muito contato com a morte, e talvez por essa distância sempre achei que saberia trabalhar bem com ela. Ainda acho... eu acho.
O fato é que, de uma forma ou de outra, as coisas têm se findado ao meu redor. E hoje percebi sem querer que tenho sempre consciência de que as coisas vão acabar um dia. Talvez por isso eu saiba aproveitá-las melhor enquanto duram. Talvez por isso eu não aposte tanto em possibilidades que poderiam dar certo. Talvez por isso esses precedentes de amor nunca chegaram a se tornar um amor completo, de fato.
Considerando que partes do que compõe minha história andam partindo, eu só espero que sobre um pouquinho de mim para viver um amor de verdade um dia, seja lá isso o que for.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Quanto custa um amor?

Por Avareza

Em uma segunda feira normal, onde não se tem muito o que fazer mesmo que você more em São Paulo, levar minha irmã na rodoviária virou o programa do dia. Por sorte, um amigo resolveu acompanhar-me no meu "passeio".
Na volta, como se um segunda feira já não fosse chata o bastante, o ex namorado resolve aparecer no visor do celular do pobre coitado.
Ligação terminada e desabafos iniciados, decidimos que nossa missão do dia era conseguir um programa interessante onde existissem pessoas disponíveis... numa segunda feira. Será que só se esquece uma pessoa em definitivo quando aparece outra? A resposta pra essa pergunta era justamente o objetivo da noite.
Andando pela avenida Paulista às 19h da noite, quando milhares de pessoas interessantes, - disponíveis ou não - estão à solta, um ser interessantíssimo - disponível ou não - vem em nossa direção como um presente em resposta a um pedido feito ao Universo... e nos entrega um papel.
O folder de Dona Natália prometia solucionar difíceis problemas amorosos, casos íntimos a resolver, depressão e ainda dizia trazer a pessoa amada, além de fazer e desfazer amarração para o amor. Tudo em sigilo absoluto. E ao invés de gastarmos em torno de R$50,00 para entrar e consumir em algum bar da região afim de conseguir pretendentes, dona Natalia o fazia por R$20,00.
Então é isso? Um grande amor hoje em dia vale R$20,00? De repente ficou explicado o fato daquela colega de trabalho horrorosa ter um namorado firme.
Bem, acabamos não saindo pra lugar nenhum. E não ligamos pra dona Natália, claro. Não acho que conseguiria aceitar um amor comprado por R$20,00. Mas guardei o folder, de qualquer forma. Talvez um dia resolva pedir o telefone do entregador de fôlderes dela... se for de graça.

sábado, 3 de abril de 2010

Círculo tedioso

Por Preguiça

É quando não se espera que ele aparece. Completamente improvável, faz tudo parecer perfeito. E já que é perfeito, ele aparece no visor do seu celular no dia seguinte, claro. E diz que adorou te conhecer. E quer te ver de novo.
E quando o "de novo" acontece é ainda melhor. Você descobre que ele é diferente do que você esperava. Melhor. E as ligações ainda se repetem todos os dias, durante uma semana... duas. E exatamente quando você começa a acreditar que finalmente as coisas podem mesmo dar certo, quando vc já lê o horóscopo dele logo depois do seu e quando seus planos de happy hour dependem da folga semanal dele, ele precisa falar com você.
E é nessa conversa que você vira uma pessoa incrível que ele não quer nunca machucar e prefere sempre ser sincero contigo. Resumindo, ele não está pronto pra uma relação. Mas claro que não é culpa sua, é sempre algo errado com ele. Algo que ele não sabe explicar e blá, blá, blá.
E aí tudo bem. Você percebe que, na verdade, só estava camuflando todas as provas de que não daria certo porque, no fundo, você queria que desse certo. Não com ele especialmente, mas com qualquer um. E já que ele estava tão disponível, podia ser ele. Mas já que não foi, tudo bem também. Você nem queria mesmo tanto assim.
E aí você esquece mais rápido do que o esperado e se dedica a sair com seus amigos. Volta a frequentar teatros e baladas nos horários que te der vontade. Começa a passear só pelo prazer agradável da companhia de quem você sabe que não vai te deixar. Começa a frequentar bares porque é bom pra se reunir com seus amigos. E aí é lá, no bar, que você vê alguém, do outro lado. Os olhos se cruzam e um sorriso no canto da boca aparece. Ele vem até você e apesar de completamente improvável, faz tudo parecer perfeito. E já que é perfeito, ele aparece no visor do seu celular no dia seguinte, claro. E diz que adorou te conhecer. E quer te ver de novo.
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