quinta-feira, 31 de março de 2011

Quero

Por Gula
Na verdade eu não sei o que eu queria. Queria tanta coisa. Acho que tudo. Ah, vai... nem é tudo. Queria o normal. O que a maioria quer. Nem queria mais que os outros. Acho que queria era mais outros. É... eu queria mais outros. Mais gente, mais possibilidades, mais emoção... E queria mais o resto. O normal. O normal é querer ser feliz. Não é? Pra ser feliz é só ter os outros. E o resto. É... eu sei exatamente o que eu queria... quero.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Cansei-me!

Por Ira

Porque essa droga de mundo tem que ser assim, tão aparentemente injusto? Se nós somos honestos, trabalhamos pra cacete, não fazemos mal pra ninguém, nós não devíamos ter que passar por tanta dificuldade assim.
E que se dane o processo dos "tijolinhos", do "plantar agora pra colher depois" e o escambau. Não devia ser tão difícil, NÃO DEVIA.

domingo, 20 de março de 2011

O objeto maldito

Por Inveja

E de repente, no meio da sua rotina diária, entra despropositadamente no metrô a pessoa que, por alguns minutos, vai me fazer querer nunca mais sair daquele vagão. Dentro daqueles minutos mínimos e mais velozes que o normal que ligam a estação Brigadeira à Paraíso, eu consigo prever o 'felizes para sempre' escrito na parte traseira do nosso carro indo em direção ao litoral. E, no instante em que se abrem as portas, antes de me deixar sem ao menos ter notado minha presença, eu vejo que ele carregava aquele objeto que nos separava momentaneamente.
E quando eu achei que nunca mais conseguiria esquecer aquele perfil aparentemente perfeito, vejo do outro lado da rua a figura que faria qualquer pessoa esquecer um amor não correspondido. Aquela pessoa que, só de ser vista, tem o poder de paralisar os relógios do mundo inversamente proporcional à velocidade com que aumenta os batimentos do meu coração. E durante aquele tempo incontável que se demora pra atravessar uma rua, meus olhos, sem piscar, paralisados naquela pessoa que passa por mim sem ao menos notar os efeitos que tinha provocado, notam a existência daquele problema que me afastaria da possibilidade de ter mudado meu caminho e o seguido até em casa. Droga de objeto inconveniente.
E daí que, após o trabalho, quando os problemas e o cansaço apagaram da memória as frustações afetivas do início do dia, voltando pra casa despretensiosamente, senta na sua frente a futura razão da sua insônia. Com aquela pele intrigante de quem parece ter acabado de sair de uma sessão de photoshop, que nunca parece ter visto uma espinha e o único conhecimento que tem de cravos é que se trata de uma flor que brigava muito com a rosa, ele inacreditavelmente te vê, e sorri. E justo quando você começa a achar que a vida nao é tão injusta assim, ele se levanta e sai do vagão naquela estação que você nem sabe o nome. E, ao olhar pra trás, na última esperança de ver um acesso de mão, só o que você consegue enxergar é o brilho ofuscante daquele objeto que resolveu aparecer na mãos de todos que deviam estar destinados a você.
Maldita aliança de compromisso!

terça-feira, 15 de março de 2011

É um privilégio ver daqui

Por Marlon Vila Nova

A medida que o tempo passa vou percebendo que minha maneira de analisar a vida e as pessoas vai mudando. Até aí tudo bem, eu até acredito que isso aconteça com todo mundo, embora eu perceba também que em menores proporções para algumas. Mas no meu caso eu sinto que é diferente.
As pessoas crescem, e começam a acreditar que todas aquelas historinhas infantis são mesmo mentira. Algumas chegam a considerar esse processo como a linha divisória do amadurecimento. 'Você só é realmente adulto quando descobre que o Papai Noel não existe'. Bobagem.
Eu cresci muito, amadureci mais ainda, e ainda tenho muito o que descobrir. Mas se tem algo que eu sei que evoluí mais do que os outros foi na minha capacidade de enxergar o que, para muitos, não existe.
Um exemplo disso é dizer que não existem fadas. Ora, como conseguiriam me convencer disso se eu já até toquei em uma. Tão delicada como devem sê-las, tão amável quanto possível, tão altruísta quanto não se parece crível no mundo egoísta de hoje. Elas pairam silenciosas pela vida de vocês sem quase fazer barulho. E voam... como voam. Parecem, inclusive, nunca estar em um lugar só. Donas de uma beleza hipnotizante e incompreensível, ganham seu coração sem fazer nenhum esforço, simplesmente por serem magicamente encantadas. E encantadoras.
Da mesma forma mágica que as fadas nos cercam invisíveis aos olhos céticos, existem os anjos. Seres que por algum motivo receberam a autorização de encarnar de novo na Terra por um propósito que nem eles mesmo conhecem ao certo. Esses chegam a ser engraçados por se depararem constantemente com seus desentendimentos com os humanos normais. Coitados! De tão puros acabam por se sentirem inferiorizados pela 'razão' humana. É ainda mais difícil de se perceber a presença de um anjo porque ele próprio raramente se reconhece um. Ficam recolhidos em algum canto, se sentem como se nunca fossem se adaptar. Também pudera tanto desconforto, carregar asas enormes como as deles incomodam as pessoas que acham que nasceram para ocupar sozinhas todo o espaço do mundo. Pra mim é tão óbvia a presença deles.
E não me venham com essa de que não existem príncipes encantados. Desacreditar na existência deles seria o mesmo que desacreditar em princesas, e elas tanto existem que só eu conheço pelo menos três. É verdade que eu conheço bem mais princesas do que príncipes encantados, mas eu tenho certeza que conheço um, e isso prova que eles existem sim. E eles são, obviamente, encantadores. São o tipo de homem que consegue prever, antes de você, uma necessidade que você terá. Você nunca se sente deslocado, desconfortável ou inferior perto de um. Eles estão, sem dúvida, entre as pessoas mais agradáveis de se estar perto no mundo. Um príncipe encantado, em nenhum momento, te deixa sentir menor do que uma princesa, mesmo que você nem seja uma. E sabe o que é melhor? Ele sabe lutar. Tão bem quanto é necessário que um verdadeiro príncipe saiba. Faz por merecer sustentar sua coroa de príncipe provando sempre que ali é seu lugar. Ele nunca é diminuído. É importante, imponente, educado, gentil, meigo, elegante, suave... e ao mesmo tempo forte, determinado, inteligente... apaixonante!
Eu lamento de verdade que nem todas as pessoas consigam enxergar como eu, mas, pensando bem, é até melhor assim. O mundo também está cheio de bruxas que, com esse conhecimento em mãos, se dedicariam a acabar com todos esse seres virtuosos. Podem até me chamar de louco. Tudo bem. É assim que as pessoas com capacidades especiais têm sido vistas desde o início dos tempos. Mas eu sei muito bem quem eu sou, e talvez por isso eu tenha essa visão tão privilegiada.
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