Por Vaidade
Chamava Maurício, nome de homem naturalmente bonito. Sempre se achou um homem atraente, mas nunca conseguiu entender porque não fazia tanto sucesso quanto deveria. Não era bem resolvido com sua autoestima. Vivia uma luta interna sem nenhum fundamento, segundo ele mesmo. Se achava bonito, mas nunca recebia cantadas, olhadas, investidas. E era tímido.
Onde ele ia, sempre atraia muita atenção. Maurício era o tipo de homem tão bonito, que intimidava as pessoas. Ninguém se achava "boa demais" pra ele. Todo aquele conjunto de qualidades acabava afastando as mulheres, que não se sentiam boas o bastante pra ter um homem daquele.
Um dia, ao sair de um restaurante, ao caminhar em direção a porta, ele parou ao lado de uma mesa, disse "você é linda!", entregou um bilhete à moça e saiu disparado em direção à rua, quase correndo, sem olhar pra trás, sentindo que todo o seu sangue preenchia agora os músculos do seu rosto fazendo com que, com certeza, ele ficasse mais vermelho do que nunca antes na vida. Quando Ivana abriu o bilhete, viu o nome dele, o telefone e a mensagem: "Você parece ser uma mulher incrivelmente interessante. Me ligue, se quiser sair algum dia."
Ivana, que lembrou imediatamente de Maurício, pois haviam estudado juntos na pré escola e sempre foi interessada nele desde então, levantou-se e saiu correndo atrás dele. Quando chegou à porta, viu o corpo de Maurício no asfalto, atropelado segundos antes por um caminhão que passava e não conseguiu frear a tempo de atingir o homem que atravessou a rua correndo, completamente feliz e desesperado.
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