quinta-feira, 18 de março de 2010

Anjo e demônio

Por Luxúria

Os cabelos eram loiros e compridos. A pele, impecável. O corpo era angustiantemente perfeito. Era impossível não sustentar um dilema interno só de olhar a personificação do ideal de perfeição se aproximar de mim rápido demais. Embora o crime não estivesse claro pra mim, eu era o único capaz de deter meu objeto de desejo de sua fuga.
Eu sentia raiva, e isso era tão claro em mim. Quando joguei seu corpo contra a parede e segurei suas mãos pra cima a fim de imobilizar seu corpo, meus lábios ficaram perto demais dos lábios mais irresistíveis que existirão um dia. E nossos corpos amoleceram. Nenhum de nós sabia mais se queria realmente se soltar ou sair dali. Em um segundo foi como se nos conectássemos mentalmente. A briga se confundia entre prisão, libertação e excitação. E de repente o objetivo era quem resistiria mais. E seus lábios vieram cínicos em direção aos meus. Virei meu rosto um segundo após sentir o gosto que nunca mais saiu de mim. Propositalmente um segundo após. Queria me entregar. Nem me lembrava do início daquilo, mas estava totalmente consciente de onde queria que terminasse, mas os olhos que me secavam pelas costas me impediam de prosseguir com meu desejo. Não podia prosseguir com aquilo na frente da minha mãe.
Nossos corpos caíram no mármore gelado do chão. Rolávamos nos debatendo quando percebi uma tesoura em sua mão direita. Consegui mais uma vez me livrar da arma, mas nossos movimentos bruscos me entorpeciam de desejo pelo seu corpo seminu embaixo do meu.
Quando consigo me livrar da tentação que ri maliciosa na minha frente, acordo de meu sonho com a certeza de aquele foi o momento mais excitante da minha vida. Espero que, caso algum dia aconteça de verdade, eu não esteja - de novo - dentro de uma igreja.

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